quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Critica: Deus não está morto

     Assisti o filme "Deus não está morto". Não gostei. chegou uma hora que o debate filosófico virou pessoal e muitos dos argumentos apresentados pelo personagem principal pareceram fugas como o exemplo de gêneses e o "grande salto da ciência" onde ele mostra o tempo da terra e o tempo em que existimos como um grande salto. o filme também apela pelo lado emocional, mostrando esteriótipos de ateus (como odiadores de Deus e orgulhosos, como se acreditar em qualquer coisa ou não fosse questão de orgulho) e de islamitas (como opressores machistas).

     Uma coisa estranha no filme: no momento em que o professor é atropelado e o ministro corre para socorrê-lo, ele pergunta se o cara crê em jesus. O professor diz ser ateu. Sabe o que o ministro responde? Que desejaria que ele tivesse morrido ali, mas que foi pela vontade do Senhor que ele estivesse ali para socorrê-lo. O filme mostra um ódio implícito nos cristãos também.

     O filme deturpa o ateísmo, a ciência e o próprio cristianismo e teísmo, pois nem todo cristão acredita em livre-arbítrio, logo, o personagem não poderia usar o nome dos cristãos de forma generalizada, mas de seu seguimento e, além disso, teísmo não é cristianismo. Não confundir. E a ciência não a favor da religião como o autor diz. E nem contra, a meu ver, pois a ciência não parece se meter no que não é falseável. A ciência é um conjunto de conhecimentos adquiridos dedutivamente a posteriori.

     Na genesis diz:

     No princípio criou Deus o céu e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

Gênesis 1:1-5

     Se a luz era o big-bang como o autor sugere e, esta luz segundo a Gênesis é o dia, então o dia é o big-bang? Apenas uma conclusão fora de contexto.
 
     Acredito eu que se pode ter uma discussão honesta entre ciência e religião, mas sem mitologias, de forma franca e sem argumentos manuseados. O filme não me pareceu interessante por seu apelo emocional para prender quem assiste. Vemos o câncer, a morte, a ira, doenças cerebrais, o orgulho como elementos que podem ser usados de forma implícita para fragilizar o lado critico das pessoas em prol do lado emocional.

     Esta foi a minha opinião sobre o filme. E, antes que alguém fale, eu não sou ateu.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Crítica aos Religiosos que Devoram

Como alguém que se interessa por assuntos de libertação e acha que algumas religiões merecem ser estudadas, trago eu uma análise critica e pessoal a seus adeptos. Tenho uma preferência por assuntos religiosos e sei de alguns pontos em que a religião faz o ente humano progredir, porém, em alguns aspectos venho observando que alguns seguidores simplesmente não aceitam nem leves criticas. Então proponho aqui algumas criticas a serem examinadas.
O primeiro ponto é a falta de senso crítico e sua demonização. Simplesmente entra-se em crenças de cabeça adentro sem fazer reflexões acerca destas. O indivíduo que em um novo pensamento adentra, assim penso, tem o direito e dever para com a sua consciência de procurar os fundamentos de sua crença atual. Observe que eu disse procurar os fundamentos e não fundamentar. O que quero dizer é que procura-se estudar as informações preestabelecidas antes de tudo e não fundamentá-las subjetivamente, pois assim você pode deixar para conhecer tardiamente do que realmente se trata aquele novo ensino. Se tiver duvida, consulte livros sacros desta religião. Se não responder pergunte a um sacerdote ou alguém com autoridade no assunto, mas não responda antes de conhecer, pois assim que acontece de muitos praticarem o que os cristãos chamam de “heresias”. Se a religião te convém e te responde metafisicamente, te consola e te faz sentir bem, então continue conforme sua vontade, porém deve-se compreender que fé pode até mover montanhas, mas antes disso, um dever para consigo mesmo é ampliar horizontes, o que a razão e a compreensão somente farão.
Observação: quando se fala em razão, não necessariamente se fala em ciência ou algum método experimental. Nem sempre o indivíduo será racional por aceitar o que diz a ciência. Exemplo: Aqueles que aceitam a evolução sem conhecê-la ou saber do que se trata. Na  ciência, alguns serão tão crentes quanto um religioso e também existem fraudes como na religião.
Acerca de certa demonização do senso critico: é uma falácia comum das religiões que pregam a prevalência da fé em detrimento da razão. Alguns religiosos usarão, se possível, alguns argumentos contra o raciocínio lógico, dizendo que este está atrasando o mundo ou que é instrumentação de alguma entidade maligna. Esta luta contra a razão parece infindável e apesar de absurda, pode deixar qualquer individuo desmotivado a argumentar, como já me aconteceu. Como argumentar com alguém que nega a razão? Como argumentar com alguém que coloca fé e razão como opostas e não como complementares? Uma pessoa que se mantém neste pensamento trará algo novo ao mundo? Não será a moral algo racional e irracional ao mesmo tempo? Fica esta pergunta.
Mas há um defeito de alguns que aceitam a fé cristã com ódio no coração: o desejo de vingança divina. Nietzsche já dizia em " A Genealogia da Moral" que há um rancor escondido em alguns cristãos. Eu digo que há rancor em alguns religiosos e desejo de vingança. Este desejo as vezes se apresenta com dois nomes: previdência divina (como punição neste caso) e Juízo final, que foi o exemplo dado por Nietzsche na obra citada. Você que é cristão, saiba que desejo de vingança não é atitude cristã, pois vai contra o conceito de perdão. Apenas alarmo: não jogue pragas disfarçadas de pregação. Isso se encaixa em outras religiões, mas no caso dos cristãos me parece comum. Estas pessoas neste instante deixam sua moral de lado para assim “agourar em nome de Deus”. Não é contraditório pregar amor e vingança ao mesmo tempo?
Todas estas criticas não são exatamente para com as religiões, mas para os adeptos. As religiões podem guardar raciocínios ocultos em suas historias e livros sacros.
Adeptos com estas características penetram as vezes até em religiões recentes como o espiritismo que veio perdendo o seu caráter racional.
A religião é forte instrumento de alienação e um indivíduo alienado não pensa por si sem a religião guia, criando muitas vezes um certo rancor por outras denominações religiosas.


Vídeo do pastor Malafaia expressando seu ódio: https://www.youtube.com/watch?v=YocrkQt-PG8
Tudo tem um lado bom e mal, pois mesmo bem e mal são ilusões se separados.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O Mocho II: O Pardal e o Mocho




Próximo daquela floresta há um cemitério. Há um cemitério com tumbas de idéias que se foram e animais que já partiram.
            E eu, o mocho, quis olhar de cima aquele lugar. Sai naquela manhã enquanto o grande espírito vivo e amarelo aparecia aos poucos do horizonte e clareava o lugar. Digo espírito, pois sei que aonde chega o espírito movente a tudo ilumina.
            De cima vi e do alto vi uma cruz. E por cima da cruz ele estava, estava em cima da cruz que era de concreto. E era ele, o pardal. E nesta cruz de concreto havia um homem de bronze. Não o conhecia, mas estava nas cruzes do cemitério.
            Disse:
            - Que fazes, oh pequeno pardal? Por que estais a cantar em cima de uma cruz de concreto com uma peça de bronze em sua fronte?
            - Ofende-me grande pássaro noturno! Como criatura da noite que és não pode entender a vida. Este homem morreu por mim! Assim contam as histórias dos antigos e é vivo como dizem!
            - Não compreendo o porquê de te ofenderes. -disse o mocho- Como pode dizer que é homem este bronze e ofender-se se eu disser o contrario? “Homem” não é apenas a forma que deram a este bronze? Uma imagem?
            - Tenho fé, mocho! E não cabe entre nós argumentar! – falou o pequeno acalmando-se – Entre teus pensamentos e minha fé há um abismo. Um abismo tal que seria trabalhoso juntar e contigo fazer alguma ponte.
            - Hmmmm... E tu sabias que a razão pode devorar uma fé tão pequena, a fim de poder haver crendices mais elaboradas até?
            - Não, mocho! – disse o pequeno escondendo-se por detrás da cruz – A cruz me protegerá. Por detrás dela não me alcanças e não poderia devorar a mim e nem mesmo a minha fé!
            - Não te percebes que quando te escondes não me vês? Assim posso ir por cima desta cruz pulando-a para pegares! Mas não o farei ainda... Pois não me respondeste.
            O pardal olhou o mocho, e suspirou. Depois de um curto silencio disse:
            - Aqui há uma cruz de concreto e esta cruz de concreto é estática. Na cruz vês um homem de bronze, mas não é um homem... É o espírito vivo. Não... É a própria vida! Muitos pardais o veneram e muitos esperam  a sua volta.
            - Tolo! – Disse eu, o mocho – Como pode esperar a volta de alguém que se foi? O grande espírito nasce e morre o mesmo todo o dia lá no alto e nem eu alcanço, mas isso com um homem? Sei que nascemos e morremos e a natureza nos melhora e conduz. Por isso um homem não pode voltar igual a ele mesmo!
            - Sim, mocho, a natureza nos melhora e sua força nos conduz, mas nós devemos nos desvincular dos instintos que ela nos colocou. Apesar de Ele nos ter criado e a natureza, sentimos nós que devemos sair desta e apenas a Cristo nos apegar.
            - Quê diz? Dizes tu que este nos criou e a natureza? – Disse o mocho inconformado – Tu não vês que contradição diz e como dizes contradição? Ninguém pode criar a natureza e os instintos e querer destruí-los! Deixes este Cristo de bronze e procuras o vivo para louvar! Crê na alma e olha a natureza e despertas!
            Nesta hora o pardal canta e uma musica de louvor canta o pardal. Mas, para o mocho é só ruído, pois pardais não cantam belamente como as andorinhas. O louvor era alto como um chamado a alguém distante.
            O mocho olha para o pardal e diz:
            - Pare de cantar, senão te devorarei! Não conheces razão!
            -Então continuarei a cantar, não me interessa a razão! – e continua o corajoso pardal.
            Quando o mocho levantou suas garras em direção ao pardal, com sua visão ao longe viu... Eram muitos... Muitos pardais.
            O mocho sabe que um pardal não pode machucá-lo, mas tantos de outras florestas...
            Chegaram e rodearam o mocho em seu vôo, parecendo um furacão de pardais. Todos cantando em coro aquele hino de louvor.
            - Não aguento! – Disse o mocho – não suporto ruídos tão altos! Estes sons... Ferem-me! Ferem-me os sons de uma multidão sem argumentação.
            E assim o mocho vai. Deixa-os louvando seu Cristo de bronze e vai para fora longe daquela tumba. E volta a sua toca.
            Diz o mocho:
            - E os pardais, como gesto de união até hoje se defendem sem defesa, mas um dia será aquele em que o pardal sucumbirá ou voará daquela cruz.
            Ele, o pardal, a fé, a esperança e o apelo ao invisível, o “crente”
            Eu o mocho.


quarta-feira, 4 de junho de 2014

O Mocho I



   A Lebre, o Gavião e o Mocho



       Há uma floresta em mim. E no tronco de uma arvore há um buraco, e este buraco é uma toca. A minha toca. Eu, o mocho, observo durante o dia o que se passa acolá, e do acolá eu observo.
            Há uma lebre. Uma lebre saltitante e alegre e branca como a água em neve. Eu, o mocho a observo. Eu a sinto, mas não me faço pressentir. Amo-a, pois há algo que me completaria: a felicidade, a invejo.
            Seus olhos têm brilho. Refletem a sua alma em luz. Sim... A lebre... (suspiro)
            O vi vindo do monte mais alto. Do monte mais alto vindo o vi. Aquele a quem lamento a existência... O gavião.
            Veio por sobre as nuvens e na altura do arco-íres ele voou.
            Seu esplendor e sua beleza a seduz. Seduz a lebre com seu ar de ordem e moral, e desta toca não o deixo de notar. Ele, o gavião.
            Cheio de heroísmo e convencimento, de razão e de conselhos. Ele parece correto. Parece correto o gavião.
            Ele pousa ao seu lado e a lebre lhe sorri. Ele olha penetrante mas as formas ele vê, pois nunca disse ver a alma em seus olhos. Tem boa visão para tudo o que há de fora e tudo o que há de fora ele vê, mas não vê o que há no escuro, o imanente, o escondido. Só alguém na floresta parece ver o interior e os segredos e procurá-los até na dor, aquele que vê no escuro e do escuro: eu, o mocho.
            O gavião a ilude, pois se ilude também o gavião. Pede para que ela olhe para cima e veja as nuvens. Imagina cenas das nuvens o gavião e pede para a lebre o acompanhar em seus sonhos. Olha para as nuvens e vê a beleza de tudo o que é celeste. Mal sabe que o seu celeste é ilusão e que logo se desfazem suas cenas.
            -Te defenderei até o fim- diz ela, mas quê é uma lebre para defender um rapinante? Ela poderia ser uma presa e nem se toca disso. Ambos somos caçadores: eu, o mocho e ele, o gavião.
            Em algo insiste, insiste em algo o gavião, pois aquele olhar sonhador e para cima esconde algo. Algo terrível para mim. Ele insiste em levá-la para as nuvens. Assim insiste o gavião.
            É admissível alguém que não voa não conhecer as nuvens do céu. É fumaça, vapor, ilusões para quem vê imagens. Mas eu sei o que ele quer! Quer prendê-la em sua toca ou ao menos levá-la para longe da floresta!
            A noite está chegando e sem seu sol ele pouco vê, pois só aparece no claro e para todos. Despede-se e vai... O gavião.
            Ah... A noite...
            É tão bela e a lebre se esconde e não a vê. Se pudesse de dia não faria como o gavião que quer subir com ela para ver nuvens e as ilusões do outro lado, mas subiria para de cima ver a terra e tudo o que há. Tudo o que é belo de dia o é também à noite, mas o que muda são os olhos de quem vê.
            Mas eu não sou igual ao gavião!
            Eu, o mocho, tenho raiva, tenho amor, sinceridade e não escondo o que há em mim, quando posso mostrar. Mas não querem ver o mocho, pois o mocho desilude, olha a noite como o dia. Por hoje estava na toca, mas a noite eu devo me mostrar e uma vez de dia também de sair para alcançar a desilusão.
            Ele, o gavião, são os valores, o ego, a honra, a cultura... a regra.
            Ela, a lebre, a felicidade, a inocência, a mulher e a criança, a ultima peça, a ultima vontade.
            E eu, o mocho.

domingo, 18 de maio de 2014

Amor e Vacuidade

           
 Hoje eu conversei com um coleguinha meu, um rapazinho de uns 13 anos que mora em uma comunidade carente. Perguntei sobre relacionamento e ele me respondeu que ele estava louco para “ficar” com alguém e que estava triste por não ter “ficado” ainda.
            Hoje vejo eu que este desejo é normal em pessoas desta idade atualmente. Hoje tenho 22 anos. E penso em como seria se eu tivesse pensado assim nesta idade. Nesta idade estava eu ainda discutindo religião com as meninas da oitava serie. Nem pensava em ficar, mesmo com um sentimento forte e antigo por alguém que eu conheci na quinta série.
            É, leitor, eu guardava um sentimento naquela época. Eu guardo até hoje um pensamento que me faz sofrer e que me dá esperança: eu acredito no amor.
            Eu acredito veemente que existe alguém para alguém. É uma força ilógica que só me trouxe sofrimento e espera. É uma fé imprestável que guardei e alimentei.
            Não sei por que alguém procura relacionamentos curtos e sem compromissos, nem tampouco sei por que eu sempre quis tanto um alguém de longo prazo.
            Fui muito mal criticado por isso. Mas, leitor, por acaso a vida não tem algo além de um prazer momentâneo? Por que estas crianças que preferem serem chamadas de pré-adolescentes têm tamanha pressa no prazer? Por que a natureza tem as estimulado tanto se seus corpos e suas mentes não são maduros? Mais uma duvida: este amor de casal, sim, este amor que aflora por uma pessoa única e que para alguns permanece imanente por toda a existência ainda aflora nas pessoas ou sou eu que inventei isto para mim?
            Sei que este amor foi aquele mesmo amor que o poeta adotou como seu tema principal e que como o compositor e o musico faz sentir um desejo de buscar e ir até a felicidade para encontrar este sentimento.
            Eu não sou um ser de solitude, não procuro paz na solidão, não ainda. Mas, este amor é algo que me incomoda muito. Esta sensação de ser incompleto, este vazio, eu não acredito que eu seja o único a sentir, mas sinto e tenho na verdade ódio por esta sensação incomoda. Tudo seria melhor sem ela, esta ilusão que cria o coração: a ilusão de que o ser que o sente é uma metade. Se a natureza é uma obra perfeita e eu sou uma parcela da natureza, então por que eu não sou perfeito? Por que esta sensação de vazio e de falta? Por que esta escassez, esta sensação de insatisfação na solidão?
            Eu só sei de algo. O amor, por mais intenso, vivido, desejado, repelido que seja ainda é ininteligível.
            Dizia Blase Pascal:

            “O coração tem razão que a própria razão desconhece”

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O Certo, o Errado e a Culpa

                Reparo nas pessoas que aparentemente não conseguem examinarem-se e me parece que não comportam em suas cabeças algum conselho ou algum comentário sobre seu proceder.
Todo homem “comum” tem dentro de si um sentimento que é sentido quando comete algo que sua consciência reprova.
Note que um animal não mata por prazer, eu acredito, mas, se o leão não estiver com fome, não irá à cassa. Não vivo com leões, mas suponho que assim seja.
Acredito (sim, tenho fé nisso, mas não sei dizer se é verdade, leitor) que alguns animais sintam culpa.
Mas como o leão cassa sentindo culpa? Não pararia? Acredito que tenha uma desculpa para não sentir: a fome. Sem fome ele não cassa. Mas também não suponho que o leão tenha noção do errado, mas será que não havendo em seu imo a noção de errado... Também não teria a noção de certo?
Existe uma coisa estranha no senso comum!
A coisa parece provar a sua inversa!
Mas a tese prova a antítese?
Lembro dos que se ofendem quando digo que não existe diabo. Dizem:
- Então você não acredita em Deus, Ewerton!
Como se no dia que alguém provasse a existência de um Criador Universal, fosse provada também a do Destruidor Universal.
A mais simples lógica parece fugir de alguns.
Então o leão ou o ignorante pode ter noção de certo sem ter noção do errado? Uso o leão apenas como exemplo.
O certo pode ser apenas o errado embelezado. O falso também pode ser o verdadeiro numa forma que uns considerarão sem beleza. Verdadeiro e falso são inversas, mas certo e errado podem ser ilusões e também falsa moral. Alguns certos têm certas ilusões.
                Mas e o leão? Por incrível que pareça é mais fácil falar de homens. O desconhecido confunde (não digo desconhecido da ciência, mas de mim mesmo e por isso usei o verbo acreditar, pois acredito em uma racionalidade animal, mesmo que em nível inferior ao seu, leitor).
                Mas, o certo e errado são valores! Valores desprezados com o tempo, e adulterados com o passar dos anos. Alguns são mantidos e outros modificados pelo falso, o verdadeiro, o lógico, o emocional e pela fé.
                Estas mudanças de certo e errado são também individuais, pois como havia dito em outros textos: há em cada um uma moral individual. O individuo que presencia isto pode se confundir facilmente em opiniões alheias. O individuo, acredito novamente eu, deveria ter uma opinião própria, mas copiamos tanto que eu nem sei se realmente dá para se livrar da “cultura”.
                Sim! Copiamos o certo e o errado, somos plagiadores em nossos valores, e isso é normal, mas às vezes inconsciente enquanto alguém não te disser que nem tudo que é certo é em toda a ocasião que poderia ser.

                E aqueles que não levam conselhos, ou dizem que “ se conselho fosse bom se vendia”, nada mais são que pessoas inflexíveis diante da culpa, ou que sentem meso de sentir este “desagradável sentimento”. Pois a cultura os dizem tanto que estão errados, que podem chocar-se. 

domingo, 27 de abril de 2014

Poesia Parcial ao Ente Humano

Conhecer o escuro
Elogiar a loucura
Desprezar a verdade
Viver a tortura

Criticar o “mal”
Desprezar o “bem”
Julgar todo ente
Perdoar a ninguém

Esmerar suas posses
Como sendo eternas
Entregar-se a avareza
Agarrar em suas pernas

Cancelar os deveres
Não sentir pudor
E acima de tudo
Apelar ao amor

Assim vive o homem
Assim faz sua vida
Aquele que não muda
Tem duvida da saída

Feliz é aquele
Que da mocidade
Desprende de tudo

E busca a verdade

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Insegurança que Agrilhoa

                Caro leitor. Venho mais uma vez dialogar, mas como em outros assuntos. Posso eu mudar esta opinião conforme o meu talante, conforme minha arbitrariedade.
                Reparou na violência? Parece estar sempre aumentando?
                A cada dia as pessoas parecem mais inseguras e estão ainda cansando disso, que como uma fonte eterna de preocupação, devido ao medo do outro, do desconhecido, aparentando este ser funesto ou não, pois se desconfia de cada um, mesmo de crianças. Insegurança que tende a reger suas vidas, seus gastos, seus medos, seus espíritos.
                Tenho pena destes. Tenho pena do homem que teme o futuro. Tenho pena do homem que teme outro homem. Sempre olha para traz e verifica se não está sendo acompanhado por um “funesto aparente”.
                Tenho pena daquele que não sai de seu abrigo, sua caverna, seu lar por causa de sua insegurança, seu medo do futuro, pois sua vida se resumirá a esperar a hora de sair da toca... Assim como os ratos.
                Moro em um bairro vazio. Pouco vejo os meus vizinhos. Trancados dentro de casa com suas ocupações (está bem, isso é digno) e inseguranças e auxiliadas por um aparelho “zumbificante”: a TV.
                A televisão, claro que é fonte de informação, mas a informação desta não é livre como se pensa. As emissoras mostram o que querem ver. A TV quer audiência, e usará todos os meios para isto.
              Alguns querem sangue. Alguns esperam sangue. E a TV os obedece trazendo sangue no café, no almoço e no jantar, pois ela só pede uma coisa: atenção. E não há nada melhor para TV que um inseguro que pede seu alimento: sangue.
                Este é o circulo da insegurança dos que alimentam a violência durante as refeições. “Como ando na rua? Assisti assassinato hoje.” Me trancarei e assistirei mortes de novo, me trancarei novamente no meu sofá.
                Não reaja. Você está desarmado. Pedimos para que fossem tiradas as armas, então não reaja. Mas a TV não se lembra do passado. A TV vive de novidade. Algo tem que te segurar no sofá. Algo tem que despertar a tua curiosidade, mesmo que seja o novo banal.
                E desliga a TV e o vicio continua: facebook, jornais, fofocas. Tudo parece se infectar por esta alimentação do inseguro, que depois vira revoltado.
                Sim, Há um segundo patamar: a revolta.
Eles revoltados com a insegurança alimentada a um ponto de cansaço, se revoltam contra a marginalidade, depois contra o poder (estado, políticos e etc), contra a milícia, e, no fim, contra a população.
Um sem armas culpa outros sem armas. Um incapaz culpa outro incapaz.
Sensação insegurança esta que, já bem alimentada, se espalha, cresce de tal forma que o incapaz nem percebe que luta contra uma realidade alimentada há muito tempo. Na verdade ele não luta. Ele reclama. Alimentou a sensação e a sensação o engoliu, o sufocou.
Mas a violência cresce, a população cresce, a cultura banaliza, cria mais “banalizadores” (acho que esta palavra não existe), perdem-se mais e mais valores morais e depois a violência cresce de novo e assim vai.

O que eu quero dizer leitor, não é que haja apenas violência ilusória, que é invenção, mas que esta sensação desmedida de insegurança trás um ciclo sem fim de malefícios para você, para a sua família e se estende para população. População esta que parece querer e procurar alimentar este sutil monstro que forma agrilhoados.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Mãos do Amor Furtivo

Com o toque do presente
Eu relembro o passado.
Com a vida inteira ausente
O amor volta ao meu lado.

Sentimento bem furtivo,
Afanou meu coração.
Eu peguei em seus cabelos
E você em minha mão.

Sua mão tão delicada,
Como uma nova flor,
Palmeou todo meu imo

E roubou o meu amor.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Razão e Fé

            Hoje eu refletia sobre algo interessante.
            Religiosos que pensam serem donos da fé e cientistas que pensam serem donos da razão.
            Qual o meu talante?
            Quando se fala de religião como sinônimo de fé, dá-se a entender que só se pode ter fé no sobrenatural, no superior ao homem e no insensível a este. E, se a ciência é a possessora de toda a razão, os outros métodos de conhecimento estão no âmbito da fé e no ceticismo.
            O conhecimento pode ter três formas relativas à razão em meu ponto de vista.
            O misticismo é o irracional ou o que a razão humana não alcança. As religiões e as tradições podem trazer conceitos irracionais, como ressureição depois de mil anos de sono. Pode ser que havendo um criador que tudo pode, possa revivescer mesmo depois de mil anos um corpo que suas vitaminas já estariam longe, mas não é racional ou minha razão não alcança.
            A metafisica é a racionalidade sem provas físicas, não superando a razão, supera o físico como o nome já diz. Muito comum antes do renascimento. São as racionalidades sem experimentação, dedutivas, comuns nas filosofias antigas e nas religiões como o catolicismo e o espiritismo, este que a principio quase que totalmente metafisico. No catolicismo houve muitos filósofos famosos como Santo Agostinho que no século IV introduziu o idealismo platônico e São Tomas de Aquino que no século XIII introduziu na igreja o naturalismo aristotélico.
            A ciência é razão com experimentação. A razão provada através de indução e dedução. Induz-se um fenômeno e posteriormente deduz-se sua explicação. Tal é o método científico.
            A religião não é dona da fé. Pode o homem ter fé em um deus, em acontecimentos, em outro homem ou até em si mesmo. Ter fé é crer, mas crer somente não é o bastante e por isso houve a metafisica nas religiões.
            A ciência pode ter destruído a razão e a religião a fé.
            Que é razão pra você? E fé? Você é racional e tem fé em si?
            Tão miserável é o homem que tem que decidir entre ambas e quão vazia é uma vida sem razão ou sem fé.
            Como surgiu o mundo? Escolheria razão ou fé para responder?
            Para acreditar em big bang você precisará “acreditar”, pois o que é provada é a expansão do universo e não o momento zero da explosão. Para um cientista deve ser preciso ter fé no big bang.
            E sim, você pode chegar a dizer que foi um deus racionalmente, basta usar a razão, ora.
            Mas a fé perdeu seu sentido. Mataram-na e a envenenaram. Aumentaram seu tamanho de tal forma que perdeu seu sentido. Pensam eles, os iludidos que só se encontra fé onde houver comunhão de grande número de pessoas. Fé é algo que ninguém sente por ti. Sentimento que se sente por ti na multidão, e sentirá só. Duas pessoas não podem sentir o mesmo sentimento,pois é necessário ser um. Confundem a ideia com a palavra, a folha com a mensagem desta.
            Sagrar é dedicar ao divino. Se um livro ou um homem dedicam-se ao divino, ambos serão sagrados.
            Busquei me sagrar, também busquei me conhecer, busquei conhecer no mundo o que faltava para me conhecer. E, ainda hoje, nem razão, nem fé responderam-me a simples pergunta que li no livro “O Mundo de Sofia”.

            “Quem é tu?”

sexta-feira, 21 de março de 2014

Assim é meu Amor


            Como um tronco seco, onde não mais sobe a seiva.
            Uma floresta que não florescera na primavera, pois virou deserto.
            Assim é meu amor.
            O sentir do impacto no peito ao parar o coração.
            A verdade que deixa o mais simpático e forte dos homens melancólico.
            Assim é meu amor.
            Como o pássaro que com o tempo a vida se esvai, e duro no chão, não voa mais.
Asteroides que se dilaceram e se fragmentam sem ao menos tocar a terra.  
Assim é meu amor.
            Como a luta eterna entre bem e mal, que cansa o pensador.
            E como quando o homem descobre que nunca foi feliz integralmente.
            Assim é meu amor.
            Mas também, como o tronco seco que foi usado para fazer fogo e ascender luz e levar calor.
            Como uma miragem que faz do deserto uma doce ilusão.
            O coração, que redivivo, volta a bater.
            Como a nova esperança que traz de volta as forças perdidas e a alegria dos homens de virtude.
            A fênix que das cinzas ressurgiria, rasgando o ar em fogo com seu voo ascensional.
            Aqueles asteroides que quando vinham deixavam seu rastro de luz por entre as nuvens.
            Como quando esta luta acaba com a vitória do racional.
            Como num momento de felicidade.

            Assim também é meu amor.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Opinião Sobre a Opinião

            Imagine um país onde cada palavra em sua língua oficial tivesse um significado distinto. E que do nada um indivíduo começasse a modificar significados e os “embaralhasse” conforme seu talante, sua vontade.
            Este é o efeito de certa “doutrina da opinião” em que a atualidade me parece caminhar. Posso parecer exagerado por haver dado como exemplo um país, mas olhe para o dicionário, procure algumas palavras que você conhece, mas desconhece os significados e consulte o livro. Dou como exemplo a palavra hipocrisia. Eu não sabia seu significado, mas chamei pessoas de hipócritas, porém ao consultar o dicionário, vi que usava uma palavra que em minha “opinião” não significava isso.
            Não é preciso dizer que isso acontece com vários significados (sentidos) e definições (explicações).
            Uma vez uma moça muito me criticou.
Eu como espirita desde os nove anos de idade pensei em possuir uma verdade absoluta quando o assunto era religião. Mas para alguns não é aceitável que terceiros tenham uma verdade absoluta, e realmente devido a minha inexperiência, não a tinha, como não a tenho ainda.
Ela me “forçava” a sempre que dissesse algo, falasse “na minha opinião” antes do inicio da argumentação. Confesso que foi para meu orgulho algo desagradável. Ainda o é.
Se tudo é opinião, o que é real? A opinião é ideia pessoal!
            Uma língua onde cada um dá um significado diferente a cada palavra tornasse incomunicável, assim como numa ciência em que cada uma de suas definições se modificasse para cada pessoa tornar-se-ia inútil, pois suas áreas ficariam mais vagas a cada dia.
            Não, leitor. Eu não acho que as opiniões deveriam cessar, pois sei que isso seria antinatural e estou prestando opinião.
            Certa vez outra moça ouvia uma argumentação minha. Ela não concordava com o que eu disse, mas em vez de falar sobre o que ela discordava, ela preferiu dizer:
            - É tudo sua opinião Ewerton!- com certo ar de desprezo, como se o fato de algo ser “opinião de Ewerton” fosse o suficiente para propor uma contra argumentação para invalidar o argumento dado.
            Muito do que acontece é ponto de vista, mas ainda existe o real. Gatos pretos serão pretos e isso é independente de opinião. A realidade é independente de opinião. Posso um dia até mudar de ideia naturalmente, mas eu sei que a opinião morre em face da verdade. Não digo ideologia, religião ou qualquer ferramenta de suposições e criadoras destas “doutrinas de opiniões” e sim a verdade, a verdade que há, havendo elas alcançado parte dela ou não.

            

sábado, 15 de março de 2014

Porque Filosofia de Mim?

            Desde que pensei em abrir o meu blog, me veio a duvida de seu nome. Eu estava pensando em algo por onde eu colocasse meus pensamentos e os gravasse. Às vezes eu desenvolvia opiniões, mas não havia como mostrá-las para aqueles que estivessem longe e dentre meus colegas, poucos se interessariam.  Também queria gravá-los de alguma forma digital que seria uma consulta mais rápida que cadernos. Os cadernos podem ser mais esquecidos.
            Enfim, porque “de mim”?
Um filósofo escreveu algo interessante, era Nietzsche:
            “‘Junto de mim sempre há alguém em demasia’ – assim pensa o solitário. ‘Algumas vezes um sempre acaba por fazer dois, com o correr do tempo! ’
            “Eu e Mim estão sempre entabulando diálogos veementes. (...)”¹
            Essa premissa do texto “do amigo” que começa tratando-se do “eu” e do “Mim” me fez pensar em algo interessante: isso sempre me ocorreu.
            Todo pensador e todo aquele que procura um despertar para a realidade objetiva ou subjetiva também, produz um diálogo interno consigo mesmo.
            Este diálogo é de você para você e de mim para mim.
Quando converso internamente comigo mesmo, na verdade sou um ouvinte de meus pensamentos, das minhas próprias opiniões e da minha própria racionalidade. Agora o interessante: eu aprendo comigo mesmo! Eu sou meu melhor professor e aquele a quem eu dou mais ouvidos!É uma bela maneira de compreender-se, pois do modo que eu conheço a mim mesmo, vou adquirindo opiniões dos assuntos acessíveis e conhecendo a minha própria vontade.
A meu ver ganhei mais e muito mais do que imaginava e nada perdi. Muito do meu tempo foi só de imaginação de fatos, de aprender sem ter um olhar critico. Hoje a cada dia me sinto mais livre, e foram: a leitura, este diálogo interno com “mim” e os diálogos com amigos que tinham a vontade de libertarem-se desta prisão chamada “sabedoria popular” que me ajudam a levantar do sofá e caminhar olhando as estrelas, olhando a realidade ou o que enxergo dela.
Acredito que em seu interior, todo o ser pensante tenha esta capacidade cognitiva partindo de si mesmo e toda filosofia, mitologia, religião e ciência parte deste diálogo interno, muito comum e base da metafísica a meu ver.
Aprenda algo em especial, leitor, na vida não basta respostas automáticas ao exterior onde muito está longe de seu alcance e controle.
A reflexão é útil. Tudo o que o homem fez ou foi acidente ou foi devido a reflexão. A descoberta do fogo pode ter sido acidental, mas o avião não.
Então com base nesta minha “companhia”, descubro um lazer, um prazer em refletir e rever conceitos quando só, aprender e ensinar só, planejar e examinar só, para conviver bem comigo mesmo e com qualquer companhia externa.
Este é o significado de “mim”.

Bibliografia:

¹- Nietzsche, Fiedrich Wilhelm. Assim Falava Zaratustra. São Paulo: Editora Escala, p. 56.


quarta-feira, 12 de março de 2014

Luminosa Frialdade

A muito pensei em você,
Na dureza em seu olhar.
Teus olhos são radiantes
Reflexos do Sol sobre o mar.

Desejo você terna aqui,
Mas terna sei que não é.
O silencio teu é espinho
A espetar minha fé.

Fé no amor que ainda tenho
Das esperanças que venho
Ver-te sem dizer adeus.

Pois da mais brilhante estrela
És a mais linda centelha
Nascida das mãos de Deus.




Ewerton Barbosa, eu. 12/03/2014

terça-feira, 11 de março de 2014

Culpa e Moral

Presto opinião sobre um assunto. Não o digo que é verdade para todos, mas é o que acontece comigo e acredito que com um numero incomensurável de indivíduos. Todas as pessoas que são capazes de sentirem-se culpadas. Não vim falar de psicopatas ou de alguns tipos de deficientes mentais (há algumas patologias que os privarão deste sentimento). Vim pelos sãos hoje.
Em geral é comum o sentimento de culpa. Há em todos, assim acredito ostensivamente, uma atribuição mental de tudo o que se faz. Tudo o que se faz, é atribuída pela subjetividade ao feitor (sendo este eu, ou sendo este um “ele agente”, o outro). É comum procurar quem fez um ato, para atribuir um ônus (responsabilidade) àquele ato. E isto é comum a todos.
Exemplos simples:
“mãe, quem fez o céu? - perguntou Mariasinha”
“você quebrou meu vaso, não foi? - Joana acusando Hugo e apontando o dedo na sua direção”
“eu pisei no pé de Arthur, mas foi sem querer”
No primeiro exemplo, Mariasinha pergunta à mãe a quem se atribui um ato, uma ação. No segundo uma pessoa acusa outra, dando responsabilidade à outra pelo fato de ver seu vaso quebrado.
Note que no ultimo caso o narrador foi quem atribuiu a responsabilidade a si mesmo. Se não sentisse o sentimento de responsabilidade ou culpa não se defenderia dizendo que foi sem querer.
Temos também em nossos costumes, em nossas tradições um “bem agir”. Temos a moral como uma guia tradicional ou um guia empírico. Tudo o que faço que esteja em contradição com a minha moral, sendo ela universal (da humanidade), particular (de parte da humanidade, das etnias, por exemplo) ou singular (individual), me faz tender a não aceitação de um ato. Resumindo: fora da moral, errado, dentro da moral e do aceito pelo exterior, correto.
Alem disso é comum reconhecermos alguns atos como imorais (matar, roubar ou enganar, por exemplo). Mas cada ato imoral de menor escala faz-nos também sentir o peso da responsabilidade. Isso não é segredo para ninguém.
Partindo destas premissas leitor, claro, pode-se chegar a outras conclusões. Quando se segue a moral de uma sociedade, uma pessoa poderia se sentir mais aceita, mais tranquila em saber que não será criticada, mas será mesmo isto verdade? As pessoas sempre são alvo de criticas dos incompreensivos, e às vezes estas criticam  só por causa de coisas supérfluas. Lembra quando falava que somos desiguais? Nem todos compreendem isto.

 Se eu critico ferozmente que um ato (sendo este supérfluo) é imoralidade, me vem à seguinte questão: não é imoral ter rancor e ódio nas minhas criticas? Então me sentiria culpado, pelo ato imoral.

domingo, 9 de março de 2014

Superação


Hoje venho eu com mais uma pergunta. Pergunta esta que propus a mim mesmo: quem supera você?
Também proponho esta outra similar: quem pode superar-te?
Leio um livro do Nietzsche  que fala do Übermensch, o além-homem ou super-homem. O nome do livro é:Assim falava Zaratustra: um livro para todos e para ninguém”. Uma de suas propostas é que o homem deve superar-se, e eu concordo plenamente.
É neste ponto. Superar-se. Nesta linguagem que está correto. Não é superar outro, mas superar a si mesmo num ávido crescer interior. Havia eu digitado que o homem é dessemelhante, desigual. Digo agora que é às vezes tão diferente que incomparável faz de si mesmo.
Quem pode se comparar a você? Ninguém, você teve uma vida diferente, com experiências diferentes e presenciou fatos diferentes.
Quem tem o potencial de superar você? Adivinha. Tu tens em exclusivo esta capacidade!
Quem supera você? Dentro deste contesto ninguém. Estou falando da subjetividade e não exatamente da objetividade. Você pode ser superado num recorde, mas quem medirá a tua capacidade interior? Teste de Q.I.? A inteligência é tudo o que há na tua subjetividade para se melhorar? A moral não faz parte de algo que o homem deve melhorar? Teus sentimentos sobre si podem ser melhorados e há uma incomensurável quantidade de qualidades, de “virtudes” que acredito que você queira melhorar.
Pensa no ultimo lastro que passou na tua vida. És igual? És melhor? Foi tempo perdido se não houve superação. Por isso que não perco mais tanto tempo com futilidades, com o que não dignifica, não esclarece, não melhora. Uma leitura reflexiva pode fazer alguém aprender muito mais que as futilidades das musicas que não são só carnavalescas nas épocas de carnaval, que programas e sites que desvirtuam*.

O homem hoje passa por duas batalhas que eu acho especiais: uma é o adultério de sua capacidade, outra a ávida superação.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Ambição e Alienação: Empecilhos da Reflexão

                Universidade. Entrei nela uma vez. Não continuei: entrara por opinião alheia, e depois examinei que seria uma carreira lucrativa.
Quem estuda apenas para ter, não estuda para satisfazer algo além de ambição, e quem estuda por indicação, apenas desfruta de um momento de alienação. Pode estar jogando como numa loteria, deixando-se levar pela sorte.
                Bem-aventurado é o ser humano que sabe o que quer, que tem objetivos, que escolhe conforme sua liberdade e sua moral e reflete nas escolhas.
                Reflita:
És livre? Nunca passaste por nenhum momento de alienação? Decidiu durante todos os momentos da sua vida por si mesmo? Quem é livre? Quero conhecê-lo.
Para um homem alienar-se, será necessário que ele consinta que alguém tome suas decisões ou que tirem sua capacidade de escolha ou enxergar a variedade das escolhas em determinadas situações.
Sempre pode acontecer de alguém tomar decisões que foram automáticas, que vieram de fora. Muitas decisões são induzidas pela mídia, pela cultura, pela religião, pela ciência, pelo direito, ética e etc. Se leio e faço daquela opinião que me foi apresentada uma verdade absoluta, posso estar me alienando, ao não ser que seja uma verdade indubitável.
Então o homem para ser realmente humano no sentido da palavra, necessita de uma práxis, isto é:
 “prática real atravessada pela subjetividade” (1)
Práxis é agir pensando, fazer algo refletindo. É necessário que o homem questione sobre o que esteja ao seu alcance, dentro de sua capacidade que reflexão, principalmente sobre aquilo que facilmente aliena como os indutores de opinião citados acima.
Mas não é só a mídia que aliena. A ambição também o faz. O homem pode se deixar levar pela ambição, deixar seu egoísmo escolher na sua frente, como se fosse algo que ele tivesse de obedecer. Todos querem uma vida digna e ser livres dignamente. Como posso ser digno se já comecei com ambição? Só quero que reflita nos “valores”.
Refletindo o homem fica cada vez mais capaz de decidir, de sair do automático na hora das escolhas, assim é preciso agir como na já falada dialética de Hegel. Automática é a decisão sempre tomada rapidamente nos reflexos (afirmação). O homem pode mudar de atitude parar e refletir um pouco se a tomada de decisão automática (primeira resposta que lhe vem à mente) é mesmo a melhor (negação). O homem reflete finalmente examinando a ocasião (superação).


Referência:

1         1-      Severino, Antonio Joaquim. A ética. In: Filosofia. 2°ed. Cortez editora.2007. p.193

quinta-feira, 6 de março de 2014

A Desigualdade e sua Contrária II

Retomando:
            O algo diferente também está em todos e é mais visível em todos. Isso me leva a crer no principio de contradição de que Hegel tanto falava. Tese, antítese e síntese, em outras palavras: afirmação, negação e superação. Tal é o ciclo do principio de contradição, onde a natureza objetiva e subjetiva a contém de forma imanente. O ser humano contém em si esta lei que o faz ser diferente de si a cada instante, e quem sabe no mesmo instante.
            Alguns podem pensar: e agora? Devo aceitar esta desigualdade apenas com embasamento filosófico? Digo que não. Que é filosofia senão a construção de uma verdade, uma opinião sobre a realidade, uma reflexão de um individuo? Não quero desmerecer a filosofia, mas quero que o leitor filosofe na verdade com seus próprios meios.
            Saiamos da questão subjetiva e vamos mais a objetividade.
            Olhe as pessoas ao seu redor, olhe para as pessoas que convive principalmente. São iguais? Seria natural que fossem iguais? Fisicamente não, pelo menos. Em seus direitos, silvícolas não são iguais, pois seguem uma ética distinta para a cada tribo. As etnias não são iguais em política. Vimos a guerra fria: uma nação “brigando” com outra por ideologia basicamente.
            Um leão recebe o nome de leão porque tem na sua essência o que faz podermos defini-lo como leão, mas, os leões agem “mais iguais” do que homens. Leões se modificam naturalmente, pois há uma evolução, também uma seleção natural acontecendo (além claro que cada leão é um leão distinto), e, portanto poderá acontecer que se perca a essência de leão na objetividade, fazendo do leão como conhecemos apenas um registro.
            Com o homem é diferente. O homem pode mudar de forma mais brusca que o leão e mesmo assim sem perder a essência humana (o que eu quero dizer aqui é que o ser humano é mais adaptável para com as mudanças, e que diferente do leão, muda muito mais bruscamente de atitude).
            Com base em aparências apenas, prossigo:
            Veja que há homens bons, maus e aqueles que aparentam. Há maus que ficam bons e os que seriam justos (ou pareciam) e agora tomam nocivas atitudes. Todos distintos. Desiguais.
            Mas nas riquezas isto pode ser diferente. O que se deveria querer, na verdade, não é extinguir a desigualdade inerente à riqueza, pois isto não é “natural”. Digo natural no ser humano, pois é ele o ente natural que tem o acumulo como algo inerente ao seu ser. Também neste contexto é natural a desigualdade.
            O que se deve querer, digo também, o que é preciso lutar é o equilíbrio na desigualdade. Equilíbrio este sendo racional das riquezas (porém não igualitário ao extremo, pois não seria possível devido à própria desigualdade inerente).

            O que pretendo dizer é: somos todos desiguais e que o problema não é este, mas o quanto a desigualdade de um pode interferir na desigualdade do outro. Digo que às vezes lutar pela igualdade pode ser uma mal, uma causa de alienação. Todo homem luta pelo que é possível, mas, quando lutar por igualdade, lute por aquilo em que você realmente acha que você deveria trazer igualdade (como um tratamento igualitário numa empresa, por exemplo). Mas preze pela diversidade. Enfim, não cuspa na desigualdade. Ela te faz díspar.