sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

A Natureza é você

Natureza, Animais Selvagens, Tigre De Bengala Branco

     Hoje eu estava no meu estudos sobre as varias religiões do mundo. Confesso que desta vez me vi pesquisando sobre uma classe de Dungeons & Dragons: o druida. Gostei do personagem, temática interessante, se transforma em animal... Legal. Pesquisei sobre o druidismo e a cultura celta. Queria saber mais sobre como viveram estes sacerdotes e descobri  muita coisa legal.

    Uma delas é que a maior entidade reverenciada pelos druidas é a natureza. Nossa, não me parecia novidade, já estava na descrição da classe do D&D. Mas me peguei com maior interesse no assunto. Li o dia inteiro sobre esta cultura infelizmente quase esquecida. Os druidas não gostavam de escrever sua religião. Por incrível que pareça, isso foi genial, pena que veio o Império Romano forçando outras culturas com seu cristianismo e dizimando os druidas, que conseguiram sobreviver na Irlanda que nunca foi invadida por Roma durante seu império.

    Isso fez com que pessoas resolvessem desenvolver um druidismo reconstrucionista. Muito interessante. Este amor pela natureza e pela cultura celta me cativou. Me fez pensar em como o mundo seria melhor se uma religião ligada a natureza se popularizasse nos dias atuais. Estamos em uma época em que parece que o ser humano perdeu a sacralidade com o natural, com a vida dos outros seres e as vezes com a própria vida.

    Alimentos industrializados, com uma química insalubre são vendidos em massa para toda a sociedade. Legumes e frutas intoxicados com quantidades extremas de agrotóxicos é uma moda difícil de mudar. Alimentos com altos teores de açúcar são comercializados mesmo sabendo que este açúcar vicia e causa doenças como diabetes. Matamos animais para comercializarmos todos os seus membros e órgãos e nós os tratamos como meras mercadorias industriais.

    Nos envenenamos com gases tóxicos gerados por automóveis e industrias que geram vapores nefastos. Poluímos rios e mares, jogamos lixo na terra ou queimamos. 

    O respeito para com nós mesmos e para com a Natureza não é uma pauta para o mundo atual. Este sistema viciado é protegido por ideologias que ignoram todo respeito e dignidade da Natureza. O ser humano, um ser natural criou orgulho e renunciou aquilo que não pode renunciar: a sua filiação com Ela.

    Me lembro que em 2010 eu estudava para ser um tecnólogo em telecomunicações. Um rapaz assistia televisão no patio da faculdade e era transmitido um jornal em que a pauta era os povos indígenas. Ele falou que achava que aquelas aldeias deveriam ser destruídas e que deveriam criar fazendas no lugar daquelas zonas florestais. Fiquei pasmo com a opinião do rapaz, mas eu não tinha um contra-argumento naquele instante. Parecia lógico desmatar uma mata a fim de criar gado ou plantar comida para alimentar uma população. Talvez seja, mas é moral?

    Eu pensei depois sobre o assunto e algo me incomodava. Temos este direito? Podemos destruir o que nos criou de verdade? Somos naturais e frutos de longas eras de um desenvolvimento. Este desenvolvimento foi impulsionado pelas adaptações sofridas. Somos tão especiais ao ponto de destruirmos a casa de outros seres a fim de que um indivíduo tenha a falsa sensação de posses?

    Sim. Posses são sensações falsas. Não temos nada de verdade. A posse é um sentimento social. Mas mesmo assim, mesmo que a propriedade privada seja o fim ultimo da sua existência, você se acha no direito de se achar um ser acima de todos os outros? Argumente a vontade, leitor. Deixei os comentários disponíveis a sua disposição. 

    É sabido que a influencia humana na natureza gera descontrole. Este descontrole pode acarretar na nossa extinção eventualmente. Mas por quê simplesmente continuamos? Porquê nos destruímos se somos tão acima de todos os seres? Temos alma, né isso? Ou um deus que nos perdoe estas faltas?

    Talvez devêssemos escutar aqueles antigos druidas e sua relação com a maior de todas as coisas: a Natureza, não conheço nada que esteja fora dela ou nada que não tenha surgido dela. Você é natural leitor. Não tente fugir disso.

 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Olhos ascensos

 

Uma alma aos céus

Assenso ao olhar

Dos vibrantes réus

C'a Terra a ficar


Eleva-se o semblante

Do mais fino ser

O valoroso amante

De todo que nele crê


Não exigiu tesouros 

Sequer levou ouros

Na morte em cruz


Quisera seu povo

Assistir de novo

A ascensão de Jesus


Mulher, Jovem, Africano, Garota, Olhar Para Cima, Rosto
Imagem tirada do Pixabay.com

terça-feira, 4 de janeiro de 2022

O que é opinião, fato e interpretação

Pesquisa, Comentários, Votação, Funcionário
Imagem tirada do Pixabay.com


    Vejo muitas pessoas falando que de certo nível, todas as concepções humanas são opiniões.

    Vejo também muita gente falando que o que um historiador relata através de documentação antiga é opinião dele também.

    Estas pessoas também não conseguem separar criticas aos seus textos de criticas pessoais. São as mesmas pessoas que se ofendem por qualquer tentativa de refutação. 

    Note uma coisa, leitor. As pessoas que não diferenciam crença, opinião e conhecimento tendem serem as que mais se metem em julgamentos pessoais a fim de ofender algum outro argumentador. 

    Se tudo é opinião pessoal, então não existem verdades por si mesmas (absolutas). Não existindo verdades, os fatos, que são verdades, viram meras ferramentas interpretativas.

    Lembro de quando participava de um grupo religioso aos 20 anos. Se eu discordava de algum assunto ou tentava esclarecer algum erro, já sabia o que iria ouvir : isto éa sua opinião, Ewerton! 

    Isso me fez examinar esta questão com mais naturalidade e lentamente perceber que as pessoas tem muita dificuldade de discernir o que são essas coisas. Vou ajudar.

    Vamos dar como exemplo um fato: No dia 04/01/2022 às 15:25 horas, Ewerton digitava um artigo.

    Isto é um fato, visto que esta pessoa sou eu quem estava digitando naquele minuto e a flexão do verbo digitar está correta, já que eu ainda nem tinha terminado o artigo. Fato é aquilo que acontece ou aconteceu, uma verdade, um evento.

    Porém se eu usar uma frase que possa ser verdadeira ou não de pessoa pra pessoa, estarei expressando uma opinião. Exemplo: Ewerton é feio, ele deve assustar criancinha na rua.

    Note que "feio" é adjetivo. O emissor da frase dá uma característica ao sujeito que pode ser real para uns e outros não (assim espero). A opinião tem esta característica de envolver atribuições que nem todas as pessoas concordariam.

    E interpretação? O que é?

    Interpretar é entender o sentido de algo ou dar sentido a algo. Isto pode acontecer com fatos, opiniões, ambiguidades, mensagens no geral...

    Um exemplo de interpretação: Ewerton escreveu aquele artigo para convencer as pessoas de que nem tudo é opinião. 

    Note que acima a pessoa sentiu a motivação da mensagem, ou mesmo uma mensagem geral por traz do texto inteiro. Isto é interpretar: por traz desta imensidão de palavras há uma mensagem e o bom interpretador recebe esta com o mínimo de duvidas possíveis sobre o conteúdo da mensagem. Ao não ser que se usem muitas figuras de linguagem.

    O que é subjetividade? O que vem do sujeito. A linguagem opinativa é subjetiva. As interpretações que diferem de pessoa para pessoa são subjetivas. Uma visão mais "interna" das coisas.

    E objetividade? O contrario de subjetividade. Quando você olha um objeto, você opina? Quando você vê uma caneta vermelha, você acha que aquela cor foi uma opinião? O fato de ser uma caneta e de ser vermelha não tem relação com seu interior. Você não interpreta o vermelho. Você não interpreta a caneta.

    Se eu adquiro dados de uma pesquisa, eu posso interpretar as motivações daqueles dados, os porquês dos resultados, mas não os dados em si.

    SACOU? Um texto objetivo é um texto privado de opinião (isso existe, seu bocó).

    Espero ter ajudado de alguma forma. Não tenho um pingo de esperança de que aquelas pessoas relatadas nos primeiros parágrafos mudem. 

    Mas espero que alguém aprenda algo com este texto.   

domingo, 2 de janeiro de 2022

Ano novo, vida nova... ou não

 

    Alguém em algum passado longínquo decidiu o momento da meia noite. 

    Alguém descobriu que a Terra demoraria em torno de 365 dias para girar em volta do Sol. A uma grande velocidade ao qual não sentimos devido a inercia.  

    Mas, sinceramente quem decidiu o ponto do tempo que seria a passagem de dia x para dia "x + 1" o decidiu por motivos arbitrários.

    Precisa de muita pesquisa para me entender? Necessito de cálculos ou uma lista de referencias para tratar deste assunto?  

    Não. Antes dos livros existem os sentidos. Antes das interpretações, existe o raciocínio autônomo. Então trabalharei com isso por este instante. 

    Se eu disser que o ano é um giro de um corpo celeste ao redor da estrela ao centro de um sistema solar, então o tempo relacionado ao ano de um planeta é relativo a fatores envolvendo o planeta.

    Um ano na Terra é de 365 dias. Em Marte é de 687 dias terrestres. Mas o dia 1° do ano é arbitrário.

    Se o dia 1 de janeiro é uma convenção humana, um ponto decidido em intervalos iguais de tempo (a cada 365 dias, desconsiderando anos bissextos), então os anos contados no calendário também são meras convenções.

    É tão verdade isso que, em 2022, o ano novo chinês começará no dia 1 de fevereiro (neste caso é um ano de 354 dias). Então o ano é um intervalo relativo de tempo, podendo ser considerado constante subordinada a vários fatores.  Estes fatores sendo o corpo celeste em questão, cultura, convenções arbitrarias, etc.

    Baseado nisso, posso afirmar que o tal ano novo não existe, não faz sentido e as pessoas não tem o que comemorarem.

    É mais uma cultura que demonstra nossa tendencia a forma mistica de agir. Misticismo é a forma ilógica em que encaramos ou definimos certos assuntos. As outras maneiras são chamadas de Metafisica (negativismo, raciocínio sem experimentação) e Positivismo (comprovar hipóteses por experimentações).

    Falarei mais acerca do assunto em outras oportunidades.

    Não existe ano novo. O que existem são estações, ciclos lunares, orbita solar etc.

    Paramos de comemorar épocas de colheita (que é algo lógico, mesmo que se envolva religiosidade) para comemorar coisas como carnaval (o que é isso afinal?) e ano novo, que são coisas que não nos trazem nada a comemorar em si, ilusões.

    Logo, já deu para perceber que considero uma bobagem a pessoa criar expectativas para um novo ano, sem razões para tal, sem promessa alguma. Afinal, do que adianta querer que a vida mude pela magia do ano novo?