terça-feira, 11 de março de 2014

Culpa e Moral

Presto opinião sobre um assunto. Não o digo que é verdade para todos, mas é o que acontece comigo e acredito que com um numero incomensurável de indivíduos. Todas as pessoas que são capazes de sentirem-se culpadas. Não vim falar de psicopatas ou de alguns tipos de deficientes mentais (há algumas patologias que os privarão deste sentimento). Vim pelos sãos hoje.
Em geral é comum o sentimento de culpa. Há em todos, assim acredito ostensivamente, uma atribuição mental de tudo o que se faz. Tudo o que se faz, é atribuída pela subjetividade ao feitor (sendo este eu, ou sendo este um “ele agente”, o outro). É comum procurar quem fez um ato, para atribuir um ônus (responsabilidade) àquele ato. E isto é comum a todos.
Exemplos simples:
“mãe, quem fez o céu? - perguntou Mariasinha”
“você quebrou meu vaso, não foi? - Joana acusando Hugo e apontando o dedo na sua direção”
“eu pisei no pé de Arthur, mas foi sem querer”
No primeiro exemplo, Mariasinha pergunta à mãe a quem se atribui um ato, uma ação. No segundo uma pessoa acusa outra, dando responsabilidade à outra pelo fato de ver seu vaso quebrado.
Note que no ultimo caso o narrador foi quem atribuiu a responsabilidade a si mesmo. Se não sentisse o sentimento de responsabilidade ou culpa não se defenderia dizendo que foi sem querer.
Temos também em nossos costumes, em nossas tradições um “bem agir”. Temos a moral como uma guia tradicional ou um guia empírico. Tudo o que faço que esteja em contradição com a minha moral, sendo ela universal (da humanidade), particular (de parte da humanidade, das etnias, por exemplo) ou singular (individual), me faz tender a não aceitação de um ato. Resumindo: fora da moral, errado, dentro da moral e do aceito pelo exterior, correto.
Alem disso é comum reconhecermos alguns atos como imorais (matar, roubar ou enganar, por exemplo). Mas cada ato imoral de menor escala faz-nos também sentir o peso da responsabilidade. Isso não é segredo para ninguém.
Partindo destas premissas leitor, claro, pode-se chegar a outras conclusões. Quando se segue a moral de uma sociedade, uma pessoa poderia se sentir mais aceita, mais tranquila em saber que não será criticada, mas será mesmo isto verdade? As pessoas sempre são alvo de criticas dos incompreensivos, e às vezes estas criticam  só por causa de coisas supérfluas. Lembra quando falava que somos desiguais? Nem todos compreendem isto.

 Se eu critico ferozmente que um ato (sendo este supérfluo) é imoralidade, me vem à seguinte questão: não é imoral ter rancor e ódio nas minhas criticas? Então me sentiria culpado, pelo ato imoral.

Um comentário:

  1. Me vem logo a cabeça aquelas discussões de internet XD
    Não importa o que você faça, o quão bem preparado seja seu argumento, vai chegar alguém dizendo alguma coisa, um simples "mimimi" ou "otário".
    Enfim, comecei pelo final do texto. Concordo muito que a moral é relativa ao tempo e espaço. Podemos citar vários exemplos em que matar foi algo bem visto, ou algo que aqui parece um absurdo, mas em outra cultura é bem "normal". A discussão sempre para no debate anormal x normal.
    Parece impossível viver sem uma moral, em contrapartida. Para que não sejamos fruto do puro desejo subjetivo precisamos de um código objetivo, mas esse código objetivo pode tentar respeitar cada um, contudo ele também precisa ser internalizado.

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