sábado, 15 de março de 2014

Porque Filosofia de Mim?

            Desde que pensei em abrir o meu blog, me veio a duvida de seu nome. Eu estava pensando em algo por onde eu colocasse meus pensamentos e os gravasse. Às vezes eu desenvolvia opiniões, mas não havia como mostrá-las para aqueles que estivessem longe e dentre meus colegas, poucos se interessariam.  Também queria gravá-los de alguma forma digital que seria uma consulta mais rápida que cadernos. Os cadernos podem ser mais esquecidos.
            Enfim, porque “de mim”?
Um filósofo escreveu algo interessante, era Nietzsche:
            “‘Junto de mim sempre há alguém em demasia’ – assim pensa o solitário. ‘Algumas vezes um sempre acaba por fazer dois, com o correr do tempo! ’
            “Eu e Mim estão sempre entabulando diálogos veementes. (...)”¹
            Essa premissa do texto “do amigo” que começa tratando-se do “eu” e do “Mim” me fez pensar em algo interessante: isso sempre me ocorreu.
            Todo pensador e todo aquele que procura um despertar para a realidade objetiva ou subjetiva também, produz um diálogo interno consigo mesmo.
            Este diálogo é de você para você e de mim para mim.
Quando converso internamente comigo mesmo, na verdade sou um ouvinte de meus pensamentos, das minhas próprias opiniões e da minha própria racionalidade. Agora o interessante: eu aprendo comigo mesmo! Eu sou meu melhor professor e aquele a quem eu dou mais ouvidos!É uma bela maneira de compreender-se, pois do modo que eu conheço a mim mesmo, vou adquirindo opiniões dos assuntos acessíveis e conhecendo a minha própria vontade.
A meu ver ganhei mais e muito mais do que imaginava e nada perdi. Muito do meu tempo foi só de imaginação de fatos, de aprender sem ter um olhar critico. Hoje a cada dia me sinto mais livre, e foram: a leitura, este diálogo interno com “mim” e os diálogos com amigos que tinham a vontade de libertarem-se desta prisão chamada “sabedoria popular” que me ajudam a levantar do sofá e caminhar olhando as estrelas, olhando a realidade ou o que enxergo dela.
Acredito que em seu interior, todo o ser pensante tenha esta capacidade cognitiva partindo de si mesmo e toda filosofia, mitologia, religião e ciência parte deste diálogo interno, muito comum e base da metafísica a meu ver.
Aprenda algo em especial, leitor, na vida não basta respostas automáticas ao exterior onde muito está longe de seu alcance e controle.
A reflexão é útil. Tudo o que o homem fez ou foi acidente ou foi devido a reflexão. A descoberta do fogo pode ter sido acidental, mas o avião não.
Então com base nesta minha “companhia”, descubro um lazer, um prazer em refletir e rever conceitos quando só, aprender e ensinar só, planejar e examinar só, para conviver bem comigo mesmo e com qualquer companhia externa.
Este é o significado de “mim”.

Bibliografia:

¹- Nietzsche, Fiedrich Wilhelm. Assim Falava Zaratustra. São Paulo: Editora Escala, p. 56.


Um comentário:

  1. Me emociono quando leio essas coisas xD
    Da reflexão sempre conseguimos extrair algo, seja de uma experiência boa ou ruim (aqui que não me mata, só me fortalece - F. Nietzsche). O senso comum costuma se embasar apenas na camada mais externa da realidade, o que não é de todo ruim, mas é problemático. Tem gente que ainda acha que é preciso se esquentar quando se tem febre, porque está com frio xD
    Gosto muito de citar um ensinamento de Descartes, no qual ele fala: duvide, assim se inicia a busca pelo conhecimento. Alguns tem medo, preferem não saber e continuar a viver no dogmatismo ou no argumento de autoridade. Buscar pelo conhecimento é doloroso, mas quando a consciência se eleva a um outro nível não tem mais volta (e nem se pensa em fazer isso).
    Aos comentaristas das imágens (a quem me poupo de atribuir adjetivos) deixo um ensinamento que Ewerton me deu em certo tempo atrás: compreender significa fazer duas perguntas: por que e para que.

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