segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

A vaidade da alma


Adianta de quê esta vaidade

Que você tem toda hora

Fingida de  humildade 

De boca pra fora?

 

Aos olhos de amigos

Você finge este dom

Diz tirar de perigos

Para um semblante bom

 

Que proposito há 

Em pintar-se de cor

Se o vazio em teu peito

É distante do amor?

 

Todos estes esforços

Falsas felicidades

Podem causar remorsos

De uma estranha vaidade

 

Sorriso à plateia

Uma boca em saliva

Mas ao fim da assembleia

Desanima com a vida


Ao chegar em casa

Se esfria o olhar

Falso anjo sem asa

A se emaranhar


Numa noite de luto

Deste falso prazer

É a humildade, sem fruto

A desaparecer


E perdido na noite

Sua mente invadida

Por solidão, um açoite

De uma alma perdida


Perdida em ilusão

De proditória fama

E a tal reputação

Só a joga na lama


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