sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

A formiga que me transformou num mundo

Formiga, Inseto, Natureza, Animal, Macro
Imagem tirada do site Pixabay.com

         

        Hoje eu trago um relato de uma experiencia pessoal mas ao mesmo tempo reflexão. É uma continuação do artigo anterior sobre o reconhecimento para com a natureza que somos nós. Fiquei em dúvida se colocaria o relato no blog de contos ou neste em que exponho minhas ideias e hipóteses da vida. Escolhi trazer como uma reflexão, portanto este é meu espaço ideal.

        Fui meditar e cantar no quintal da minha casa. Tem algumas plantas e decidi criar meu Méneton. Um espaço pessoal em que eu me acolho. Eu canto musicas, rezo, medito. Sempre só e acolhido.

        Estive pensando nesta semana em como somos parecidos com o mundo. Li sobre os antigos celtas que eles viam os elementos formadores do mundo de uma forma diferente do convencional. Por exemplo, o mar é um elemento e era comparado ao sangue, como se o mar fosse o sangue do mundo. A Terra sendo como a carne do mundo, e assim vai. Mas eu gostei  bastante desta forma de pensar e desta comparação entre os seres humanos e o mundo.

        Lembre-se que mundo aqui não é simplesmente planeta, mas aquilo que se conhece, o todo formado pelo solo, o Sol, a Lua, Estrelas, plantas, mares e etc. Tudo o que forma o que conhecemos nas paisagens. E isso tudo o povo celta via como elemento (óbvio que posso estar generalizando aqui).

        Vamos ao relato:

        Estava eu, nesta tarde, tocando violão, sentado num pallet quando senti uma picada na coxa. Fui olhar o que era. Era uma minuscula formiga. Observei que ela andava sobre minha pele como se estivesse andando sobre o solo e observei que meus cabelos da coxa eram enormes para ela. Ela parecia andar numa "floresta" de pele e pelos. Esta floresta sou eu.

        Ela me beliscava, não sei porquê. Mas parecia perdida, talvez. Eu me senti imenso. Um deus e um mundo. Um mundo porque era solo e arvore para aquela formiga. Um deus porque tinha poder de tirar-lhe a vida ou de trazer para ela uma fuga daquela floresta humana. Com certeza não era onisciente. Talvez não precisasse.

        Numa hora ela subiu em um terreno diferente. Ele subiu na parte de fora da minha bermuda. Outro terreno por que não mais tinham arvores, mas era um deserto para ela. Resolvi colocar minhas mãos a frente dela para colocá-la de volta no solo. Meio que apressada (ou desesperada talvez) ela corria mas consegui por ela em meu dedo. Soprei ela de volta ao solo.

         

        Terminei o relato. Vamos refletir:

        

        Nós somos cada um, de certa forma pequenos mundos. Aquela formiga me fez perceber que eu sou imenso para ela. Eu sou solo e floresta para ela. Meu suor seria poças d'água salgada para ela, talvez rios se formassem gotas e escorressem. Se ela viesse sobre a minha cabeça estaria numa mata densa (nem tanto por que estou ficando calvo). E assim por diante.

        Falei de como somos imensos para a formiga, né? E para o mundo? Somos como aquela formiga. Andamos (as vezes nos perdemos) neste mundo as vezes buscando ajudá-lo, sendo neutros e as vezes prejudicando ele. 

        Eu falei que a formiguinha me beliscou? Ficou doendo um pouquinho. Ela, no seu grau, me fez doer. Imagina nós no mundo. 

        Quantos beliscões será que não damos no mundo? Poluição, extinções, efeito estufa devido gases tóxicos, desmatamento e etc.

        Isso me fez refletir que se eu olhar o mundo como um metabolismo maior, posso me preocupar mais com ele.

        Apesar deste blog trazer meus pensamentos filosóficos, as vezes eu preciso alarmar as pessoas a verem o mundo como seu lar e que os recursos dele são escassos. Meus cabelos são finitos, meu suor, minhas células também são. 

        Sendo assim, trago esta reflexão para fim de talvez fazer você, meu amigo leitor, pensar no seu papel na vida e para com o mundo, fazendo parte dele e, até mesmo, sendo-o.

         

         

Nenhum comentário:

Postar um comentário