quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Critica: Deus não está morto

     Assisti o filme "Deus não está morto". Não gostei. chegou uma hora que o debate filosófico virou pessoal e muitos dos argumentos apresentados pelo personagem principal pareceram fugas como o exemplo de gêneses e o "grande salto da ciência" onde ele mostra o tempo da terra e o tempo em que existimos como um grande salto. o filme também apela pelo lado emocional, mostrando esteriótipos de ateus (como odiadores de Deus e orgulhosos, como se acreditar em qualquer coisa ou não fosse questão de orgulho) e de islamitas (como opressores machistas).

     Uma coisa estranha no filme: no momento em que o professor é atropelado e o ministro corre para socorrê-lo, ele pergunta se o cara crê em jesus. O professor diz ser ateu. Sabe o que o ministro responde? Que desejaria que ele tivesse morrido ali, mas que foi pela vontade do Senhor que ele estivesse ali para socorrê-lo. O filme mostra um ódio implícito nos cristãos também.

     O filme deturpa o ateísmo, a ciência e o próprio cristianismo e teísmo, pois nem todo cristão acredita em livre-arbítrio, logo, o personagem não poderia usar o nome dos cristãos de forma generalizada, mas de seu seguimento e, além disso, teísmo não é cristianismo. Não confundir. E a ciência não a favor da religião como o autor diz. E nem contra, a meu ver, pois a ciência não parece se meter no que não é falseável. A ciência é um conjunto de conhecimentos adquiridos dedutivamente a posteriori.

     Na genesis diz:

     No princípio criou Deus o céu e a terra.
E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

Gênesis 1:1-5

     Se a luz era o big-bang como o autor sugere e, esta luz segundo a Gênesis é o dia, então o dia é o big-bang? Apenas uma conclusão fora de contexto.
 
     Acredito eu que se pode ter uma discussão honesta entre ciência e religião, mas sem mitologias, de forma franca e sem argumentos manuseados. O filme não me pareceu interessante por seu apelo emocional para prender quem assiste. Vemos o câncer, a morte, a ira, doenças cerebrais, o orgulho como elementos que podem ser usados de forma implícita para fragilizar o lado critico das pessoas em prol do lado emocional.

     Esta foi a minha opinião sobre o filme. E, antes que alguém fale, eu não sou ateu.

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