Hoje vejo eu que este desejo é
normal em pessoas desta idade atualmente. Hoje tenho 22 anos. E penso em como
seria se eu tivesse pensado assim nesta idade. Nesta idade estava eu ainda
discutindo religião com as meninas da oitava serie. Nem pensava em ficar, mesmo
com um sentimento forte e antigo por alguém que eu conheci na quinta série.
É, leitor, eu guardava um sentimento
naquela época. Eu guardo até hoje um pensamento que me faz sofrer e que me dá
esperança: eu acredito no amor.
Eu acredito veemente que existe alguém
para alguém. É uma força ilógica que só me trouxe sofrimento e espera. É uma fé
imprestável que guardei e alimentei.
Não sei por que alguém procura
relacionamentos curtos e sem compromissos, nem tampouco sei por que eu sempre quis
tanto um alguém de longo prazo.
Fui muito mal criticado por isso.
Mas, leitor, por acaso a vida não tem algo além de um prazer momentâneo? Por
que estas crianças que preferem serem chamadas de pré-adolescentes têm tamanha
pressa no prazer? Por que a natureza tem as estimulado tanto se seus corpos e
suas mentes não são maduros? Mais uma duvida: este amor de casal, sim, este
amor que aflora por uma pessoa única e que para alguns permanece imanente por
toda a existência ainda aflora nas pessoas ou sou eu que inventei isto para
mim?
Sei que este amor foi aquele mesmo amor
que o poeta adotou como seu tema principal e que como o compositor e o musico
faz sentir um desejo de buscar e ir até a felicidade para encontrar este
sentimento.
Eu não sou um ser de solitude, não
procuro paz na solidão, não ainda. Mas, este amor é algo que me incomoda muito.
Esta sensação de ser incompleto, este vazio, eu não acredito que eu seja o único
a sentir, mas sinto e tenho na verdade ódio por esta sensação incomoda. Tudo
seria melhor sem ela, esta ilusão que cria o coração: a ilusão de que o ser que
o sente é uma metade. Se a natureza é uma obra perfeita e eu sou uma parcela da
natureza, então por que eu não sou perfeito? Por que esta sensação de vazio e
de falta? Por que esta escassez, esta sensação de insatisfação na solidão?
Eu só sei de algo. O amor, por mais intenso,
vivido, desejado, repelido que seja ainda é ininteligível.
Dizia Blase Pascal:
“O coração tem razão que a própria razão
desconhece”