Adianta de quê esta vaidade
Que você tem toda hora
Fingida de humildade
De boca pra fora?
Aos olhos de amigos
Você finge este dom
Diz tirar de perigos
Para um semblante bom
Que proposito há
Em pintar-se de cor
Se o vazio em teu peito
É distante do amor?
Todos estes esforços
Falsas felicidades
Podem causar remorsos
De uma estranha vaidade
Sorriso à plateia
Uma boca em saliva
Mas ao fim da assembleia
Desanima com a vida
Ao chegar em casa
Se esfria o olhar
Falso anjo sem asa
A se emaranhar
Numa noite de luto
Deste falso prazer
É a humildade, sem fruto
A desaparecer
E perdido na noite
Sua mente invadida
Por solidão, um açoite
De uma alma perdida
Perdida em ilusão
De proditória fama
E a tal reputação
Só a joga na lama
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